Tentei fazer um retiro comigo mesma, na esperança de poder avaliar o que poderia ser mais importante para mim.
O retiro foi feito. A avaliação também. Soube quem é que de facto são os meus mais que tudo e é neles que encontro o meu porto de abrigo.
Mas essa é apenas uma parte de mim...
Cheguei à conclusão que posso viver o resto dos meus dias com eles. Mas sei que em mim existe um lado muito vivo que pede mais que isso, que pede perigo, vida ao limite, adrenalina pura e insana. Tudo aquilo que o meu porto de abrigo não me consegue dar no dia a dia, mas que eu necessito para viver, para me sentir em pleno para comigo mesma.
Andei meses e meses a afastar-me de mim, talvez anos, a afastar-me de certas pessoas, daquilo que eu julgava ser tentação, para poder provar a mim mesma que eu sobreviveria sem isso.
Sobrevivi de facto e sobreviverei se assim quiser. Mas, eu gosto de viver e não sobreviver.
Sei que muitos de vós e aqueles que me conhecem verdadeiramente me dirão, "estou aqui para o que quiseres"; "estou aqui para te saciar"; "para te acalmar essa adrenalina que te corre nas veias".
Eu sei. Quantos e quantos já o tentaram, e eu, como sempre, esquivo-me, porque sei bem o que me faz falta, sei bem quem me faz falta, falta essa que eu mesma afastei.
Um afastamento apenas físico, porque na minha mente está sempre presente. Não consigo soltar as amarras.
Não pensem que sofro com isso. Não, de todo. Apenas vivo ou sobrevivo nas lembranças únicas que o passado teima em querer manter presente, num futuro onde te encontrarei mais uma vez, não sei como, mas vou encontrar. E é aí que me perco de novo para me reencontrar. Onde dou asas à imaginação e tu estás lá, sempre vivo e sedento de mim, de nós e mais uma vez, o impensável acontece numa paixão única e louca que nunca se apagou.
Paloma